A 6ª Conferência Internacional de Sindicatos Médicos, realizada em João Pessoa, abriu espaço para uma das pautas mais atuais e desafiadoras da profissão: o impacto da Inteligência Artificial (IA) no trabalho médico. Especialistas e lideranças sindicais se reuniram, nesta sexta-feira (3), para discutir de que forma as novas tecnologias estão transformando a prática assistencial e quais os limites éticos, jurídicos e profissionais que precisam ser estabelecidos.
A mesa-redonda teve como palestrante o presidente do Conselho de Administração (Conad) da Unimed João Pessoa e diretor de Desenvolvimento de Mercado da Unimed do Brasil, Gualter Lisboa Ramalho. Ele apresentou um panorama sobre as aplicações da IA na medicina e ressaltou a importância de que médicos e instituições estejam preparados para lidar com as transformações tecnológicas.
“Estamos diante de uma revolução que já impacta diretamente a prática clínica. A inteligência artificial é uma grande aliada na ampliação do acesso, na redução de erros diagnósticos e na eficiência do sistema, mas é fundamental que os profissionais de saúde assumam o protagonismo nessa integração. A tecnologia deve servir ao médico”, afirmou.
O debate também evidenciou que a IA já é realidade em áreas como diagnóstico por imagem, análise de exames laboratoriais e suporte à tomada de decisão clínica, ampliando a precisão e a agilidade em diferentes especialidades. No entanto, os debatedores alertaram que o uso indiscriminado dessas ferramentas pode gerar riscos, sobretudo quando associado à redução do protagonismo do médico na relação com o paciente.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos da Paraíba (SIMED-PB), Dr. Tarcísio Campos, anfitrião do evento, o debate mostra que a categoria deve se antecipar às mudanças:
“A inteligência artificial está batendo às portas da medicina em todo o mundo. O desafio é encontrar o equilíbrio entre inovação e a preservação do caráter humano do cuidado. Precisamos discutir regulamentações que protejam tanto os profissionais quanto os pacientes.”
Outras discussões
A programação do dia ainda contou com o relato dos países, quando representantes internacionais compartilharam experiências sobre os desafios da medicina em seus contextos locais. A pluralidade de vozes e vivências reforçou o caráter global da conferência.